06/06 - 32º Congresso Nacional de Sindicatos Patronais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo – Blumenau/SC

Sindilojas Nova Prata no 32º Congresso Nacional de Sindicatos Patronais


Blumenau (SC) – De 25 a 27 de maio, uma comitiva do Sindilojas Nova Prata participou do 32º Congresso Nacional de Sindicato Patronais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, realizado na Vila Germânica.

Com o tema “O Sindicalismo na Era da Inovação”, o evento reuniu mais de 1,2 mil congressistas de todos os estados do país, sendo a delegação do Rio Grande do Sul, novamente a mais numerosa.

Com palestrantes renomados como o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo; o Ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Marco Aurélio Buzzi; o historiador e filósofo Leandro Karnal; a educadora PhD em filosofia Dulce Magalhães; o economista Carlos Thadeu de Freitas e o advogado especializado em gestão empresarial Osmani Teixeira de Abreu. O evento foi presidido por Emilio RossmarkSchramm, presidente do Sindilojas Blumenau. O patrono foi Alberto Farias. Além das palestras, os pratenses participaram de painéis e rodadas de conhecimento.

 

Santa Catarina: associativismo e progresso

O governador Colombo mostrou os números do seu estado na palestra “Santa Catarina no Contexto Nacional”. Ele falou que os catarinenses seguem o modelo econômico integrado e associativista, sendo que Santa Catarina tem a menor taxa de desemprego do país, apesar do cenário preocupante do primeiro semestre.

- Antes tínhamos 3%, mas a crise fez com que nosso índice chegasse a 6%, o que ainda é uma situação frente ao resto do país, onde a taxa passa de 10% - destacou.

Entre as medidas utilizadas para aliviar o caixa, o governador citou a reforma da previdência estadual, realizada no final do ano passado, bem como a negociação para a redução dos juros da dívida com a União.

- Essa situação da dívida pune os Estados, acaba com a nossa capacidade de investimento e manutenção de serviços - disse.

Colombo também defendeu uma reforma política e econômica para o enfrentamento da crise, e lembrou que o tempo é escasso para a realização de qualquer mudança estrutural, como a das regras previdenciárias.

- A crise não é somente financeira, ela é estrutural. Precisamos conversar com os deputados, eliminar os privilégios e fazer a reforma política introduzindo o voto distrital. A maior tragédia de uma comunidade é desperdiçar as oportunidades – ressaltou Colombo.

 

“Rogo pela mediação”

O ministro Buzzi falou sobre o modelo judiciário do Brasil na palestra “Mediação e Conciliação”. Conforme ele, no país existe mais faculdades de Direito que em todos os outros países do mundo e são 16 mil juízes,107 milhões de processos em andamento e o maior tribunal de justiça do mundo, em São Paulo.

- Em média, a cada dois brasileiros, existe uma ação. No Brasil, temos o juiz que mais produz. Esse modelo já não serve, precisamos procurar métodos alternativos dejustiça – advertiu o magistrado.

Para Buzzi, uma das soluções são as centrais privadas de mediação. Ele explicou como funcionam, resolvendo de maneira mais adequada e célere as questões cíveis de menor complexidade e de pequeno valor - desafogando, assim, o Judiciário sem prejuízo para a cidadania.

- Não se fala muito sobre isto, mas foi aprovada ano passado a Lei 13.140, a Lei da Mediação. Agora temos uma lei que determina a aplicação da mediação judicial. Começamos o avanço, mas o próximo passo cabe a todos vocês - enfatizou.

 

“Vida sem ética dá mais trabalho”

Com a palestra “Vida sem ética dá mais trabalho”, realizada nesta quinta-feira, 26 de maio,o professor e historiador Leandro Karnal deu uma bela chacoalhada nas certezas e na consciência dos participantes do 32º Congresso Nacional dos Sindicatos Patronais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.

As palavras do professor encheram de questionamentos e encantaram o público presente ao auditório do Parque Vila Germânica, em Blumenau. Para começar, Karnal levou para a análise o pensamento do filósofo grego Aristóteles: a virtude ética é adquirida pelo hábito.

- Não nascemos com ela, mas nossa natureza é capaz de adquiri-la e aperfeiçoá-la. Ela tem que ser ensinada. É um aprendizado, não é da natureza humana - argumentou.

Quando dizemos que alguma situação sempre foi assim, estamos errados. As coisas mudam por educação ou por coerção, segundo Karnal.  Para ilustrar, o palestrante destaca o hábito de usar o cinto de segurança automotivo.

- Hoje, ninguém discute a necessidade de sua utilização. Mas há 30 anos, ninguém usava. É um costume novo, construído com base não apenas na mudança das leis de trânsito, mas no aprendizado – lembrou.

Assim como é possível incorporar os princípios éticos, é sempre válido torná-los parte do dia-a-dia. Karnal entende que o preço a pagar por uma vida sem ética é alto. É preciso mentir muito, e ter uma grande memória para sustentar as mentiras.

- Quem não tem ética não tem amigos, tem cúmplices - sentenciou o filósofo.

O palestrante lembra que o maior desafio é deixar de encarar a ética como uma obrigação relativa, exigindo a ética absoluta para os outros, especialmente para a classe política, e não ter consigo próprio o mesmo nível de exigência.

- A escolha ética pode não garante o paraíso, mas tende a evitar o inferno – finalizou o filósofo.

 

 

Mudar é preciso

“A Arte de Viver a Mudança” foi enfocada pela palestrante Dulce Guimarães.

A palestra mostrou nossa dificuldade para mudar. Estamos de certa forma preso dentro dos modelos do mundo, e das lentes que temos para enxergar a realidade. A partir daí, Dulce propôs aos que usavam óculos na plateia: emprestem aos que não usam. Com isso, mostrou que cada um enxerga de uma maneira, a partir de um filtro.

- Todos enxergamos a realidade a partir de nossas crenças. A gente acha que é assim, acha que é desse jeito. E não vê que a mudança é possível - destacou.

Para mudar, conforme Dulce, é preciso que tenhamos: abertura, interesse, curiosidade, ausência de preconceito e de pré-julgamento.

 

Momento econômico

Carlos Thadeu de Freitas, chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), analisou o cenário econômico brasileiro no terceiro dia do 32º Congresso.

Thadeu elogiou o plano econômico do governo Temer, que considerou bom em termos gerais. Ex-diretor do Banco Central, o economista vê com maior preocupação o crescimento da dívida pública, que pode chegar a um patamar insustentável.

- Por isso é tão importante a contenção de gastos. É importante restabelecer uma trajetória sustentável para a dívida pública- destacou.

No curto prazo, é fundamental que o dinheiro volte a circular na economia brasileira, o que deixou de acontecer com a crise. O desemprego tem jogado contra, bem como a restrição ao crédito. Mas a balança comercial e a situação cambial também estão a favor, pois o Brasil é hoje um país barato para investimentos.

Thadeu também destacou que outras medidas podem trazer benefício para ajustar as contas públicas e a economia como um todo.

- A reforma previdenciária é oportuna e vai ajudar o país - afirmou.

 

“No Brasil, não se pode nem prever o passado”

O presidente do Conselho de Relações do Trabalho da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Osmani Teixeira de Abreu levou, no dia 27,aos participantes do 32º Congresso Nacional de Sindicato Patronais, os caminhos e os grandes desafios para a negociação coletiva de trabalho.

O tema é caro aos congressistas, já que a negociação é uma das funções básicas da atuação sindical patronal. Osmani é uma das maiores referências do país no assunto. Advogado e professor, o palestrante é gestor de pessoas na Fiat Automóveis e desde 1977 participa de todas as negociações com os trabalhadores metalúrgicos de Minas Gerais.

A negociação, aliás, é uma arte que não se resume à discussão de um acordo. Cada sindicato laboral tem suas virtudes e dificuldades.

- Adquirir a confiança dos negociadores de uma nova gestão do sindicato laboral é desafiador. Todos os que passam a sentar à mesa tem certeza de que os antecessores eram corrompidos pelos patrões. Então, sempre se perde grande tempo para quebrar a desconfiança - explicou.

Ao responder as perguntas da plateia, Osmani também comentou as disputas dos sindicatos patronais com o Judiciário e o Ministério Público, fruto de decisões que, por vezes, não se mostram adequadas nem a patrões nem a empregados.

- O Brasil tem muitos protetores do trabalhador, como o MP, o Judiciário e os sindicatos laborais.  Desses, são os sindicatos que tem o maior interesse e capacidade de identificar a necessidade de seus trabalhadores - concluiu.

O 32º Congresso Nacional de Sindicatos Patronais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo encerrou com premiações e uma Oktoberfest que animou os participantes.

Representaram o Sindilojas Nova Prata: Josemar Vendramin (presidente), as diretoras Clari Frosi, Natalice Vendramin e Sonia Reginato; os diretores Mario Frosi, Irani Stella e Jair Guadagnin; a administrativa Lucinara Tonial; o executivo Ariolvado Ribeiro e sua esposa Fátima.

O evento foi uma realização do Sindilojas Blumenau, tendo como apoiadores CNC - Confederação Nacional do Comércio, Fecomércio de Santa Catarina, Sesc, Senac e Sebrae Santa Catarina; e correalizadores Sincavi e Sincofarma do Vale do Itajaí, Sindilojas Gaspar, Sindeb do Alto Vale, Sindasseb, Secovi Sirecon de Blumenau e Sincor-Santa Catarina.


RELEASE / Matéria: Foi feito pela Sonia Reginato do Jornal Correio Livre que acompanhou a Comitiva, pois é Diretora do Sindilojas Nova Prata.


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